31 março, 2010

Submersos em silêncio

Estranho o silêncio sobre a notícia da investigação da compra dos submarinos. Note-se que a investigação envolve Durão Barroso e Paulo Portas. Nem PSD, nem CDS abrem a boca sobre o caso.
Imaginemos que era algo que envolvesse José Sócrates. Já toda a gente tinha aberto a boca. Sinais dos tempos. Sinais de um país. Triste, por sinal.

30 março, 2010

Sem surpresa

Foi assim a eleição do novo líder do PSD: sem surpresa. Pedro Passos Coelho tem agora duas grandes preocupações. Primeira, unir o partido. Segunda, descer à terra e tomar noção que pode vir a ser o próximo primeiro-ministro do país.
E um candidato a liderar o país não pode ser um político de plástico, não pode ser um político recheado de "política jotinha", não pode ser alguém que não tem ideias claras sobre as eternas reformas necessárias para este país deprimido.
Dr. Passos Coelho, um candidato a primeiro-ministro tem que ter propostas para isto:
- Justiça. Sem ela o país não funciona.
- Educação. Qual o modelo que defende?
- Saúde. Privatizar? Como? Custos? Vantagens?
- Estado. Como reduzir o peso do Estado? Como reduzir a despesa do "monstro"?
- Finanças. Como reduzir o défice?, como reduzir a dívida pública? como meter o país a crescer?
Se responder a estas perguntas com clareza, garanto-lhe que será primeiro-ministro. Se não o fizer, será apenas mais um. E o PSD não aguentará mais um fracasso.

19 março, 2010

As rolhas

O partido da campanha da "claustrófobia democrática" aprovou a "lei da rolha". Confesso que me comovo com estas contradições. É tão bom criticar nos outros aquilo que nós próprios fazemos.
E assim segue este país rumo ao abismo. Comovente.

18 fevereiro, 2010

Pressões

Nestes últimos tempos o ar anda muito pesado em Portugal. Todos sabemos que Sócrates tem uma postura dura para com a imprensa. Também me parece claro que a imprensa tem sido, e bem, dura para com o seu governo. É o seu papel: fiscalizar o poder político. Agora o que eu não entendo (expliquem-me) é como se pode dizer que não existe liberdade de expressão em Portugal? Se não houvesse liberdade de expressão será que ouviríamos todas as vozes que se fazem ouvir? Se não houvesse liberdade de expressão os jornais publicariam notícias sobre Sócrates? Se não houvesse liberdade de expressão poderíamos todos dizer o que nos vai na alma?
Podem dizer-me : pois, mas a crónica do Mário Crespo não foi publicada. Responderei : não foi, porque o director de um jornal assim o entendeu. Ou também acreditam que foi Sócrates que proibiu a sua publicação?
Outra coisa que não entendo é o facto de os jornalistas falarem em pressões. Que a primeira alminha venha a público dizer que nunca sofreu uma pressão, seja de que tipo for, de algum lado. A diferença é a seguinte: há quem resista a pressões (deveria ser o caso dos jornalistas) e quem não resista (problemas éticos). Por favor, não venham é chorar lágrimas de crocodilo e berrarem que andam a ser pressionados. Eu não quero viver num país em que o poder é obsessivo com os media. Mas também não quero viver num país onde os jornalistas se sentem condicionados por pressões.

28 janeiro, 2010

Vamos todos empolar?

Confesso: estou abismado com a ideia de que o governo possa ter empolado o défice para 2009 com o objectivo de "mostrar serviço em 2010". Aliás, parece-me mesmo uma ideia absurda. No entanto, estou a pensar em empolar no Cartão do Cidadão a minha idade para poder "mostrar serviço". Sorte que em Portugal ainda não se paga imposto sobre a estupidez. Fazia falta, confesso.

18 dezembro, 2009

"Corrigir o desvio"

A propósito do casamento entre pessoas do mesmo sexo, li na revista Visão, uma verdadeira pérola. Dizia o leitor que se tivesse um filho homossexual teria de ter "uma conversa mesmo tentar corrigir o desvio". Eu pergunto: Ser homossexual é um desvio? Ser negro é um desvio? Ser pobre é um desvio? Viver em Portugal é um desvio? Ser "roubado" pelo Estado é um desvio? O desrespeito pelas Instituições é um desvio? A corrupção é um desvio?
Resposta: Portugal nunca será um país desenvolvido enquanto encarar questões essenciais como "desvios". É por estas e por outras que andamos eternamente "desviados" da rota do desenvolvimento.

10 dezembro, 2009

Como acabar com um país

Portugal caminha para o abismo. Chamem-me "Velho do Restelo", negativista, o que quiserem. Nada fará mudar a minha opinião. Um país onde não se vislumbram líderes políticos, onde não se respeitam as instituições, onde reina a impunidade, onde a Justiça (não)funciona ao sabor de calendários políticos, onde o parlamento se afunda a cada dia que passa, onde se brinca à política; só pode ser Portugal. É isto meus amigos.
Alguém acredita que isto pode mudar? Um governo PSD? Para mudar a cor e ficar tudo na mesma? Não percebem que Portugal é um país ingovernável?
O excelente Henrique Raposo alertou-nos diversas vezes, quer no seu blogue, quer no Expresso: a III República está morta. Que ninguém duvide disso. Eu não o faço.

11 novembro, 2009

Linha Saúde 24

Num país em que a crítica é imagem de marca, faz sentido elogiar o que é bem feito. Alarmado pelo bicho da Gripe A não hesitei em ligar para a dita cuja. Atendeu uma voz simpaticíssima, atenciosa e disponível. Confesso, foi uma boa surpresa. Tanta vez habituado ao humorismo negro de alguns funcionários públicos, soou como uma melodia. Quanto ao vírus, não se preocupem, ainda não foi desta que ele entrou comigo.

16 outubro, 2009

Endoidou










O ano parlamentar teve início ontem: os meninos foram conhecer os cantos à casa, tirar belas fotografias, meter a conversa em dia. Tudo podia ser perfeito, não fosse no primeiro dia de "aulas" os alunos começarem a anular a matrícula. João de Deus Pinheiro renunciou o seu mandato na Assembleia da República. Motivo: assuntos pessoais, sendo que o senhor não tem nenhum cancro, como ele próprio assumiu em tom divertido. Pergunta: Mas anda tudo doido?
E assim vai a política portuguesa alegre na sua "doideira". Aguardemos os próximos episódios.

12 outubro, 2009

No país sem derrotas

Estou realizado. Acordei num país sem derrotados. O BE teve uma votação insignificante, perdeu o vereador em Lisboa e no Porto, e foi um vencedor; o PSD perdeu várias câmaras municipais( incluindo a capital) e mesmo assim é vencedor. O PCP perdeu 3 ou 4 câmaras e também é vencedor, o CDS também é vencedor. E o PS? Talvez seja também um vencedor.
Abençoado seja este país. Enquanto os políticos continuarem todos no " mundo da vitória" bem podemos fazer das palavras de Alberto João Jardim património nacional: o país endoidou.

08 outubro, 2009

Fora de jogo

Manuela Ferreira Leite afirmou que "o PSD está fora desse jogo". Referia-se a ajudar o PS na governação. Ora um partido como o PSD não se pode comportar como um partido irresponsável. Eu sei muito bem quem está fora de jogo: é voçe Dona Manuela, e há muito tempo.

29 setembro, 2009

O que deu a Cavaco?

Cavaco falou, mas não disse grande coisa. Alguém que tenha ficado absolutamente esclarecido em relação ao que passou? Não me parece. Foi um discurso vazio e que demonstrou um Cavaco em má forma. Esta situação apenas foi possível porque Cavaco não quis matar o assunto em Agosto. Ao preferir estar a banhos, comprometeu a sua imagem e alargou o caso para a campanha eleitoral. Cavaco não explicou por que razão demitiu Fernando Lima, e pior que isso, pretendeu colar ao PS o iniciar do caso, quando todos sabemos que foi no Público que surgiu a notícia, tendo como fonte alguém da casa civil.

É assim que vai a política em Portugal. Até o Presidente da República parece ter perdido o juízo.

Guerrilha no Parlamento

O PS venceu. É verdade. Perante os discursos que se ouviram pode ter parecido que não, mas ganhou. Porém, não foi o grande vencedor da noite, esse foi o CDS e Paulo Portas. O PSD e a sua política de verdade foi o grande derrotado da noite. Perante isto não existem dúvidas.
Como será possível governar o país daqui para a frente? Com seriedade, com trabalho e com acordos parlamentares. Isto pode ser bom para José Sócrates perder arrogância, obrigando-o a ceder em algumas propostas. O Parlamento vai ter um papel fundamental para o futuro do país e para a imagem da política: ou os deputados colocam os interesses de Portugal em primeiro lugar, ou matam completamente o país e a política. Os tempos vão ser de expectativa.

21 setembro, 2009

E que tal uma palavrinha?

Cavaco Silva afastou Fernando Lima, responsável pela assessoria para a comunicação social. Ora esta situação é grave: após as notícias vindas a público o Presidente não pode continuar calado. Não pode envolver-se num manto de silêncio, deixando abater suspeitas sobre tudo e todos. Ao demitir Fernando Lima, é sinal que algo não vai bem. Até dia 27 era bom haver uma palavrinha Sr. Presidente.

18 setembro, 2009

E política não?

Com o aproximar de eleições o nível parece começar a baixar. Nunca este muito elevado, mas está a ficar irrespirável.
Os grandes temas da campanha ora são os espanhóis, o TGV, Salazar, etc... E alguém ouve falar de medidas para avançar o país? Alguém consegue descobrir um debate marcadamente ideológico, onde se apresentem propostas diferentes?
Como se tudo isto não fosse já deprimente, surge o caso das "escutas", agora com novidades escaldantes. Meus caros, o Verão já lá vai, devia ser tempo de parar para pensar e perguntar: É isto que eu quero para Portugal?
Feche-se o país e havemos de ir todos parar a Espanha no moderno TGV e brincar por lá à política.

15 setembro, 2009

Alguém que nos explique

O artigo de Paulo Gorjão no Delito de Opinião acerta na "mouche". Está na hora de o PSD nos explicar as contradições.

10 setembro, 2009

Os deslizes de Manuela

Eu pergunto: Como pode uma economista como Manuela Ferreira Leite confundir IRC com IRS? Como pode uma candidata a primeira-ministra confundir-se desta maneira?
E assim prossegue a Política de Verdade. Mal.

Fraquinhos

A generalidade dos debates a que temos assistido têm sido fraquinhos. Na forma e no conteúdo. O debate Ferreira Leite- Jerónimo de Sousa não fosse a "asfixia democrática" de Manuela e uma pérola do líder comunista ao considerar que as empresas exportadoras não são assim tão importantes. Ai não? Então como quer o PCP meter o país a crescer? É que para alimentar as suas utopias teria de crescer muito mesmo.
Mas o que estes debates nos têm revelado é que a nossa classe política precisa de renovação. Não se discutem os grandes temas. Procura-se sempre qualquer polémica que evite falar dos temas estruturantes. O caso da TVI é sintomático: o importante é todos terem o seu tempo de antena para dizer parvoíces. À semelhança do que se passa nos debates. Em Portugal não se discute política nem políticas. Discutem-se egos e estados de espírito.

07 setembro, 2009

É isto a Política de Verdade?

Manuela Ferreira Leite está na Madeira, a pátria da liberdade, segundo a senhora. O calor talvez tenha ajudado ao devaneio, mas quando se afirma que na Madeira " não se encontra asfixia democrática" não se augura nada de bom. Também não é nada de bom tom usar um carro do Estado para andar em campanha eleitoral. E ironia das ironias, a senhora esteve presente numa inauguração, ah marota, mas disse que " aqui as inaugurações não gastam dinheiro". Não? Então peço-lhe: adopte esse sistema para todo o país e no dia 27 está ganho.

E assim vai a campanha eleitoral de um partido que se diz paladino da Verdade. A Verdade da Mentira, será? Ninguém sabe.

04 setembro, 2009

Funeral do Jornal de 6ª feira da TVI

Os meus sentimentos a todos. Em primeiro lugar, a quem via o dito cujo. Em segundo, aos jornalistas. E em terceiro, com muito carinho, a Manuela Moura Guedes. Confesso que estou em baixo.
Agora mais a sério.

Declaração de interesses: não via o Jornal de 6ºa da TVI. E não o via por um motivo muito simples: não o considerava jornalismo. Respeito quem gostava e gosta do estilo de Manuela Moura Guedes, eu não gostava e simplesmente não via. Não me incomodava nada o que a senhora dizia ou fazia. Agora uma coisa é certa: sou licenciado em jornalismo e não é nada disto que eu quero para a minha profissão. Mais: não foi nada disto que eu aprendi.

Agora pergunto: Como pode o PS sair a ganhar com esta situação? Não pode. Simples. Mesmo que não tenha nada a ver com esta saída vai sempre parecer que teve. Não há dúvidas: o PS vai sair prejudicado desta situação.
O que demonstra o estado da política em Portugal é o discurso da oposição: a culpa é do governo, do PS, do diabo que o valha. Mas quem é o PSD para falar em liberdade de Imprensa? Quem são o BE e o PCP para falar em liberdade? Quem é o próprio PS para falar em liberdade? Pois bem me parecia.
O povo quer é pão e circo. Neste caso pode entreter-se com uma saborosa sobremesa até dia 27 de Setembro. Medidas para o país? O que é isso?

02 setembro, 2009

Arranque a fundo

Os debates entre candidatos vão começar. Ontem a entrevista a Sócrates na RTP que não acrescentou nada que não se soubesse já; hoje o frente-a-frente Sócrates/Portas.
Eu pergunto: tão os cidadãos disponíveis para debates de baixo nível? Para ouvirem as eternas promessas. É sempre o mesmo choradinho em anos de eleições. Promete-se solução para tudo, mas não se debatem as grandes questões. Até lá continuamos com as sucessivas orgias de protagonismo a que vamos ser sujeitos até dia 27 de Setembro.

27 agosto, 2009

Qual a grande diferença?

Após a apresentação do programa do PSD fui assaltado por uma grande dúvida: qual a grande diferença entre PS e o partido de Ferreira Leite? Não se vislumbram grandes diferenças. O PS pretende que o Estado tenha um papel central na gestão do país, Ferreira Leite quer menos Estado. A grande questão é esta: como o vai conseguir?
Quando encontrar a resposta, talvez o PSD se assuma, verdadeiramente, como um partido de Direita. Até lá poderia passar por irmão quase gémeo do PS.

19 agosto, 2009

Anda tudo doido?

Não sei se será do sol, do calor, das imperiais típicas do Verão, mas parece que anda tudo doido. Alguém acredita que o PS ou o Governo andam a fazer escutas em Belém? Portugal é um circo mediático, em que tudo se sabe sem ser preciso recorrer a escutas. O tuga não resiste ao protagonismo. Ponto final.
Estranho que a pouco mais de um mês das eleições queiram fazer em Portugal um novo caso Watergate. Somos muito pequeninos.

17 agosto, 2009

O manifesto da esperteza

Excelente artigo do Francisco Camacho no "i". Em Portugal há muito o hábito da esperteza.

13 agosto, 2009

Ler

A falência do discurso político. Bom texto de Alexandre Homem Cristo. A forma como se discute política em Portugal é má, muito má.

O Comunismo é uma criança de 5 anos

Ao longo do tempo o PCP nunca se adaptou à nova ordem mundial, nunca evoluiu no seu pensamento. Preferiu parar no tempo, continuar com as receitas antigas e que todos sabemos a onde nos iriam levar. Talvez até uma Coreia do Norte? Não sei. Deixo ao critério.

O que eu sei é que após dar uma breve vista de olhos no programa do PCP, ri à gargalhada. Isso mesmo: qual louco, não consegui parar de rir. Aquele programa parece um filme de animação, daqueles em que tudo parece belo, o mundo da fantasia, diria. É isso mesmo que é o PCP, uma fantasia. O seu programa eleitoral confirma isso mesmo.

É um partido irrealista, com medidas utópicas: nacionalizar é o ponto de ordem, aumentar os reformados, aumentar o salário minímo , reduzir a semana de trabalho para 35 horas, descer o preço dos combustíveis, etc, etc. Tudo coisas lindas não é? Mas eu pergunto: Onde ia buscar o PCP o dinheiro? Se me responderem a esta pergunta eu prometo votar PCP para o resto da vida. Mas como o PCP é um partido a fazer política no País das Maravilhas nunca terei de o fazer.

12 agosto, 2009

É isto mesmo

Pedro Correio acerta em cheio. O PCP parou no tempo. Chegou aquele ponto em que fala, fala, mas ninguém lhe parece ligar. O passado não volta mais. Neste caso, felizmente.

Será pedir muito?

Ouvir falar de Justiça. Gostava de ouvir os partidos dizer como vão mudar a Justiça. Ninguém percebe que é uma das grandes causas do nosso atraso? Simplesmente não funciona.
Mas cá no burgo prefere-se olhar para o umbiguinho, para as lutinhas internas dos partidos. É o narcisismo no seu melhor. Infelizmente, é a política no seu pior.
Mal vai um país que não discute os seus grandes problemas.

07 agosto, 2009

O funeral

Em Portugal os partidos não têm ideologia. Alguém encontra diferenças significativas entre o PS e o PSD? O programa eleitoral do PS não poderia pertencer ao PSD e vive-versa? Cheira-me que podia. Quem perde é o país. Perde debate ideológico, perde modelos de governação alternativos, perde discussão. Mas que interessa tudo isso? Em Portugal ninguém se incomoda com estas questões. Para quê debater as grandes questões? Incomoda muito.
Em tempos de campanha eleitoral prossegue o funeral da classe política portuguesa. A bom ritmo.

05 agosto, 2009

Política de verdade III

Muito bom este post de Pedro Correia. Manuela Ferreira Leite foi contra tudo o que disse: renovação nas listas, seriedade e verdade. Preferiu afastar todas as vozes discordantes da sua. Mais: resolveu indicar António Preto e Helena Lopes da Costa. Renovação? Seriedade? Pois.

Preferiu tornar o PSD na sua coutada pessoal. E assim vai a política do PSD: sem rumo.

04 agosto, 2009

Política de Verdade II

Dar uma olhadela no que escreveu Paulo Pinto Mascarenhas.
A renovação das listas que falava Ferreira Leite era o quê? Afastar nomes indicados pelas distritais? Ou indicar nomes como Helena Lopes da Costa e António preto? Confesso que estou ansioso pelas explicações da líder. A " dama de ferro" está por aí.

Política de verdade I

A Política de verdade de Ferreira Leite baseia-se no afastamento de todos aqueles que não apoiam a líder. Ferreira Leite contrariou alguns nomes votados pelas distritais do partido e impôs os nomes que bem entendeu. Não cometeu nenhuma irregularidade, mas ao não aceitar o pluralismo de ideias, está a afundar um princípio básico da democracia. E assim caminha alegremente o PSD para as legislativas.

Retrato do Bloco de Esquerda

Ler o texto de João Galamba no Aparelho de Estado. O BE parece um jovem revolucionário e utópico: cheio de sonhos e medidas, mas apenas isso.

É isto mesmo

O post de Carlos Barbosa de Oliveira no Delito de Opinião resume bem a farsa que é o PSD de Manuela Ferreira Leite. O PSD reclama uma política de verdade, mas na verdade pratica uma política pequenina e mázinha. Quando se fará política a sério em Portugal?

Mas que verdade?



Estou um pouco baralhado: Ferreira Leite não é a dona da verdade? Não é o rosto da seriedade? Então alguém me pode explicar como vão surgir dois deputados arguidos nas listas do PSD por Lisboa? É verdade, meus caros, Helena Lopes da Costa e António Preto.
A primeira, é suspeita de abuso de poder enquanto vereadora na Câmara de Lisboa, o segundo é arguido num processo de fraude fiscal e falsificação.

Posso dizer que estou enojado. Esta senhora é mais do mesmo. De que lhe vale apregoar a verdade e seriedade se depois dá esta imagem?

A política é uma arte nobre, pena que os nossos não a saibam respeitar e apenas contribuam para o seu descrédito. Em Portugal as aparências são sempre as melhores. O pior é o resto.

03 agosto, 2009

São mesmo?

Pedro Adão e Silva diz no seu blog que "A dois meses das eleições, as diferenças entre os dois principais partidos são claras e é possível de facto escolher alternativas."
Será mesmo assim? Eu da minha parte acho que não. Não vejo grandes diferenças a não ser nas obras públicas, casamento dos homossexuais e, talvez, impostos. Nas grandes questões institucionais não se sabe o que cada um quer fazer. Alguém sabe o que cada um quer fazer na Justiça? Apenas a reforma mais essencial para Portugal. Pois. Sem responder a esta questão não se pode " escolher alternativas."

E então?

Em visita à terrinha tive uma descoberta digamos, vá, soberba. Ia tranquilamente na A1 quando vislumbrei um dos famosos painéis informativos do preço dos combustíveis e da distância da próxima área de serviço. Pensei: boa, agora já posso escolher onde quero meter gasolina. Mas após olhar bem para os ditos painéis verifiquei a soberba descoberta: os preços são todos iguais. Mas que diabo, não era suposto serem diferentes? Então desci à terra: em Portugal a lei do mercado não funciona. E assim a descoberta soberba ficou reduzida a mais uma desilusão.

31 julho, 2009

Brincando aos programas eleitorais

Até ao momento são conhecidos os programas eleitorais do PS e BE. Quero dizer apresentados, se alguém já os conhece é outra história. A direita portuguesa continua sem dizer nada. Estamos a menos de 2 meses das eleições e ainda não se sabe o que estes partidos apresentam para o país. Não seria bom o eleitorado ter tempo para conhecer e perceber as medidas que cada partido propõe? Eu pergunto: como pode o eleitorado da direita fazer uma escolha informada e clara? Não será passar um cheque em branco?
Os partidos não se querem abrir à sociedade civil, apenas querem continuar envoltos nos seus mantos negros.

30 julho, 2009

É este ano


Este ano é que promete ser o da águia. Temos Jesus no Mundo, isto é, na Luz. Temos 6 avançados e temos 6 milhões de adeptos. Pelo que ando a ver este ano é mesmo entre Benfica e Porto, o Sporting é uma equipa à imagem do seu treinador: fraquinho. Parece que já os estou a ver a imolarem-se contra os árbitros. Era bonito de se ver.

O pequenino monstro

Confesso que ainda não li o programa eleitoral do PS. Mas quando o ler espero encontrar nas suas 120 páginas tudo aquilo que o país precisa para sair da situação em que se encontra. Espero que haja espaço para tudo, tudinho. Eu pensava que o programa eleitoral era , supostamente, para ser lido pelas pessoas. Mas quem vai ler um monstro de 120 páginas? Uma pequena minoria e muitos deles por obrigação profissional. E assim vai a nossa política: de monstro em monstro.

29 julho, 2009

O PS não percebe nada de natalidade

Parece que o PS vai incluir no seu programa eleitoral uma medida que propõe a criação de uma conta poupança de 200 euros por cada bebé nascido. Supostamente esta medida pretende contribuir para o aumento da natalidade em Portugal.

Mas alguém acha que os portugueses vão começar a procriar como coelhos devido a esta medida? Repare-se que a medida consiste na criação de uma conta que só pode ser levantado quando a " criança" tiver 18 anos. Bonito, não é? Já me sinto na tentação de fazer um filhote.

O que gostava de ver no programa eleitoral eram medidas `que incentivassem realmente a natalidade: abonos de família decentes, incentivos fiscais nas fraldas, uma lei das rendas que se preocupasse com a habitação jovem, etc, etc. Como podem as famílias pensar em ter filhos se nem sequer podem comprar uma casa ou arrendar? Como podem ter filhos se não existem creches suficientes? Se alguém me responder a estas questões durante a campanha eleitoral terá o meu voto. Não brinquem é à natalidade, por favor.

Quem diria

Um estudo do jornal "i" revela que o défice cresce mais, em média, quando o PSD está no poder, do que quando o PS está no governo. Este estudo revela ainda que quando o défice sobe, em média isso leva a um aumento de impostos nos anos seguintes.
Curioso, não? Num ano em que o défice português ameaça ser de 5,9% ou mais, PS e PSD já vieram dizer que não vão aumentar impostos. E agora eu pergunto: Então como vão fazer para conter o monstro? Vão cortar de forma clara na despesa do Estado? Como e em que áreas? E aqui surge mais uma revelação bombástica: os governos PSD contribuem mais para o crescimento do monstro. Ora isto num partido de direita é, como vêem, bastante contraditório.
O PSD aumenta mais a despesa pública do que o PS. E Ricardo Reis revela ainda que se for excluído o aumento da despesa devido à crise, o governo de Sócrates seria a rara excepção de ter reduzido o tamanho do monstro, de 21,5% do PIB (2005) para 21% no final de 2008.
Surpreendidos? Eu também, confesso.
Mais um tema que sonho ver discutido na campanha eleitoral.

28 julho, 2009

Começa mal, muito mal

O debate António Costa/ Santana Lopes foi mau. Tudo aquilo que eu não desejava ver na política portuguesa esteve presente: a culpa é sempre de alguém mas nunca de quem tem capacidade para decidir, passaram o debate quase todo a falar das contas da autarquia lisboeta, é um assunto lindíssimo, sem dúvida, mas será que alguém aguentou ouvi-lo? Será que alguém ficou a conhecer uma medida para Lisboa?

A política portuguesa é isto mesmo: uma gritaria e orgia de protagonismo. Nada mais. Onde andam os políticos e a política?

Portugal não pode esperar

Aproximam-se as campanhas eleitorais. Os gritos, as bandeiras, promessas, comícios. Gostava que este ano fosse diferente. Que se falasse de política, de medidas, reformas, instituições. O que é preciso fazer para tirar Portugal da crise, o que é preciso para as empresas se tornarem mais competitivas, o que fazer para tirar a Justiça do caos em que mergulhou, o que fazer para avaliar correctamente os professores, explicar por que razão se é contra ou a favor das grandes obras. São alguns temas que gostaria de ver abordados em Setembro. Não podemos passar cheques em branco para governar Portugal. Só podemos escolher depois do haver um debate de ideias claro e objectivo. Chega de política rasteira.